História

das Danças da Paz Universal Internacional

e o Conselho de Orientação

 

 

As Danças da Paz Universal passaram por diversas transformações ao longo de mais de três décadas. Sua primeira “encarnação” foi cofundada em 1982 por Saadi Neil Douglas-Klotz e Tasnim Hermila Fernandez, dois professores da Sociedade Sufi Islâmica Ruhaniat (Sufi Islamia Ruhaniat Society) e da Ordem Sufi no Oeste, respectivamente. Era, então, denominado Centro para o Estudo Espiritual da Dança e do Caminhar, foi concebido como um projeto da S.A.M Khanhah, a comunidade Sufi em São Francisco-Califórnia/EUA, organizado em torno da antiga casa de Murshid Samuel L. Lewis. O Centro promovia um programa de treinamentos presenciais para aqueles que queriam estudar as Danças e Caminhares intensivamente em módulos de um mês de duração.

  

Em um ano o projeto se ampliou e se tornou o Centro de Danças da Paz Universal, com o subtítulo ‘Rede e Centrode Recursos’. Com base em Fairfax, Califórnia, o Centro buscou conectar Dançarinos e Rodas de Dança em todo o mundo e prover recursos para treinamento através de materiais impressos e retiros presenciais em várias regiões. Durante essa fase e até 1988 o Centro foi um projeto da Sociedade Sufi Islamica Ruhaniat (SIRS - Sufi IslamiaRuhaniat Society - SIRS), com as bênçãos e encorajamento do diretor espiritual e Pir da Ruhaniat, Moineddin Jablonski, o sucessor espiritual de Murshid Samuel Lewis. O Centro publicou um número notável de livretos com descrições das Danças, com gravações e manteve uma base de dados de professores de Dança e Círculos regulares (em um computador antigo – para os padrões atuais). Também produziu um boletim quadrimestral e publicou uma atualização muito mais ampla do livro Danças e Caminhares: uma Introdução.

Durante este período, o Centro patrocionou os primeiros acampamentos exclusivamente dedicados às Danças e Caminhares e os treinamentos que ali aconteciam.

 

O primeiro destes acampamentos foi realizado na Fundação Lama no Novo México em Agosto de 1984, com Tasnim e Saadi como os principais professores. Pessoas-chave que se voluntariaram para ajudar o Centro nesta fase foram Ardvisura Carol Griffin, Malika Merrill e Karmae A. Miller.

 

Um primeiro conselho de consultores (que depois tornou-se o primeiro Conselho de Curadores) foi formado e incluía: Mansur Rodney Kreps, Victoria Darvesha MacDonald, Salt Swan, Ellen Fietz Hall, Ardvisura, Malika, Kamae, Tasnim e Saadi.

 

Em 1988, o Centro buscou se posicionar como uma organização de artes e serviços, sem fins lucrativos, com isenção de impostos, adicionando Trabalhos pela Paz em seu nome.

A ideia era ter acesso a montantes maiores de fundos financeiros para ajudar os Dançarinos a espalharem as Danças para além da comunidade Sufi aonde elas nasceram. Contudo, o Centro sempre manteve uma relação muito próxima com a SIRS.

Saadi and Tasnim in the early days of the dance network.

    Saadi e Tasnim nos primeiros anos do Centro de Dança

 

Como Pir Moineddin escreveu no Conselho de Curadores Ruhaniat, da época:    

As bifurcações organizacionais e legais da SIRS e do Trabalho pela Paz poucos anos atrás de forma alguma afetou a integridade do trabalho de Murshid de forma geral. O próprio Murshid teria seguido os mesmos passos e incorporado o trabalho da Dança separadamente, como uma organização sem fins lucrativos educacional, assim como Saadi fez. Assim, as restrições quanto à concessão de ajuda e outras  considerações de ordem prática não seriam tão rígidas como são na SIRS, que é uma organização sem fins lucrativos religiosa” (Carta de 28 de Novembro de 1989). 

Durante este período, grande parte através do esforço de voluntários e autofinanciamento de professores-chave,

o trabalho da Dança expandiu internacionalmente com rapidez.

O Centro de Dança patrocinou uma viagem diplomáticade cidadãos para a Rússiaem 1989,  o que levou ao apoio continuado para círculos de dança lá e um treinamento anual. O Centro iniciou o acampamento anual“Paz através das Artes” na Inglaterra como um lugar de encontro internacional para professores da Dança e Dançarinos (Era mais fácil para ambos, russos e europeus, obterem visto para o Reino Unido e os custos de viagem eram menores). O Centro também patrocinou uma Peregrinação de Danças da Paz para o Oriente Médio (Israel, Jordânia e Siria) em Setembro de 1993, o que por sincronicidade (ou graça) coincidiu com a assinatura do Acordo de Oslo. Durante ambas as viagens, para a Rússia e para o Oriente Médio, o disciplinado grupo de Dançarinos apresentavam-se em lugares públicos e convidavam os demais a se juntarem a eles para dançar pela e na Paz. Alguns membros distribuíam cartões em várias línguas explicando aos expectadores o que estava acontecendo.                     

                                                                                                              Dançando no Kremlin, 1989.

“A Demonstração da Paz pela Dança” tornou-se uma característica dessa fase mais ativista do trabalho das Danças da Paz Universal e foi repetida em vários formatos, em Atlanta na abertura das Olimpíadas em 1996 assim como em espaços públicos no Canadá, Austrália e outros lugares.

 

Como parte da internacionalização das Danças, redes locais de Dança foram estabelecidas em inúmeros países, junto com a família Sufi ou em acampamentos comunitários que tinham como centro as Danças e Caminhares. O primeiro e mais longo destes acampamentos de Dança Anuais foi estabelecido pela Rede de Dança Alemã (NdL) em 1994, que hoje inclui mais de 300 adultos e jovens.

 

Durante os anos 80’s e 90’s, eventos anuais de treinamento continuaram na Fundação Lama assim como na Inglaterra, Alemanha, Holanda, Suíça, Rússia, Brasil e outros países. Pessoas–chave que conduziram ou deram assistência nesses primeiros treinamentos, junto com Tasnim e Saadi, foram: Kamae Miller, Amida Harvey, Tansen Philip O’Donohoe, Gita Sophia Onnen, Rahmana Dziubany, Verena Karima Hochheimer, Alima Stoeckel, Michael Stoeckel, Barbara Kung, Zamyat Kirby, Anahata Moore, Matin Mize, Radha Tereska Buko, Noor e Akbar Helweg, Christina Schölziger, Zubeida Mitten-Lewis e Zahira Madeleine Bullock.

Sob um modelo desenhado por Tasnim e Saadi, esses vários treinamentos incluíram vários componentes ainda utilizados hoje: concentração, visualização, meditação, som e musicalidade, voz, ritmo, meditação em movimento e consciência corporal. Práticas Espirituais do Sufi (principalmente), assim como das tradições Budista e Hindu eram intercaladas com práticas de treinamento na técnica. Pela primeira vez, os treinamentos incluíram o uso de pequenos círculos de “prática”, nos quais tanto líderes de Dança iniciantes como intermediários recebiam feedback  em um ambiente acolhedor. Uma característica chave do modelo de treinamento original incluía a história dos “ancestrais” das Danças da Paz Universal – Murshid Samuel Lewis, Hazrat Inayat Khan e Ruth St. Denis. Algumas experiências nas meditações criativas de Ruth St. Denis para “captar as danças do Cosmos” também foram incluídas. Como parte do processo de reconhecimento dos ancestrais, em 1986, o SIRS publicou o livro Visão e Iniciação Sufi, a coletânia de escritos autobiográficos de Murshid Samuel Lewis, editada por Neil Douglas-Klotz.

 

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Dançando em Rosh Hashana em Jerusalem, 1993.

Para conhecer e dar apoio à compreensão do papel de Ruth St. Denis para a inspiração de Murshid S.A.M. nas Danças e Caminhares, em 1997 a Ed. Peaceworks publicou o livro “Sabedoria que Vem com a Dança: Textos Selecionados de Ruth St. Denis sobre Dança, Espiritualidade e Corpo“, editado por Kamae A. Miller.

 

Em 1992, Saadi e Tasnim escreveram a primeira versão das Diretrizes de Certificação para as Danças e a carta para o Guia dos Professores Mentores (MTG), com a intenção de ampliar o treinamento para incluir mais líderes seniores. Com a colaboração de outros mentores, o MTG publicou suas diretrizes éticas em 1996.

Em 1992, Saadi e Tasnim escreveram a primeira versão das Diretrizes de Certificação para as Danças Tasnim leading dances at Lamae a carta para o Guia dos Professores Mentores (MTG), com a intenção de ampliar o treinamento para incluir mais líderes seniores. Com a colaboração de outros mentores, o MTG publicou suas diretrizes éticas em 1996.Em 2003 a PeaceWorks produziu a primeira edição de seu Manual de Danças de Fundação e Caminhares, editado por Radha Tereska Buko, com a intenção de prover de notações confiáveis das Danças originais de Murshid Samuel Lewis assim como outros mantras de Fundação das Danças, os quais poderiam, então, ser traduzidos em diversas línguas. Em países e regiões onde as Danças criaram raízes.

Através da primeira década do século 21, o foco internacional das Danças continuou expandindo, particularmente se desenvolvendo nos países da América do Sul assim como América Central e Leste Europeu. Duas mudanças organizacionais ocorreram. No início dos anos 2000 DUP na região da América do Norte foi separada da Editora Peaceworks a partir de um plano desenvolvido por Ellen Fiztz-Hall e outros. Através de uma verdadeira revisão organizacional realizada pelo Conselho da União em 2007 resultou em recomendações para a reorganização da Organização Internacional das Danças, as quais foram adotadas em Agosto de 2009.

 

Tasnim Fernandez liderando Danças na Fundação Lama

 

 

Isso exigiu outras mudanças organizacionais no nome, incluindo a mudança de Rede Internacional para Danças da Paz Universal para a atual Danças da Paz Universal Internacional. As funções do Guia dos Mestres-Mentores foram assumidas por um novo Conselho de Orientação, e o foco de DUP Internacional mudou para dar apoio a esse trabalho e prover serviços e recursos do Guia dos Líderes, o nome escolhido para o conjunto de mentoria dos lideres das danças no mundo todo. O conselho de diretores também se tornou um corpo internacional, que, ao mesmo tempo, fez a organização reduzir sua responsabilidade para as questões locais e manteve a provisão de recursos e a conexão da rede internacionalmente, através da grande capacidade de expansão da internet. Durante este período um grande número de pessoas contribuiu significativamente para reformatar a organização e atualizar as Diretrizes para Líderes e Mentores, incluindo Victoria Darversha, Halima Sussman, Malika Merrill, Murad Phil Notermann, Kabir Stuart McKinnon, Shabda Kahn, Wali Ali Meyer e Munir Peter Reynolds.

Através de todas as mudanças externas ao longo das décadas, o propósito essencial do grupo se manteve: permitir que mais pessoas experienciem, e compartilhem as bênçãos dessa profunda e poderosa prática de transformação espiritual deixada para nós por Murshid Samuel Lewis. Indo além da filosofia para a experiência, os Dançarinos se mantêm como uma das expressões mais antigas e mais potentes do impulso interespiritual no mundo, motivado pela crescente compaixão da Alma Humana por todos os seres.

 

                      
 

 

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